É muito legal acompanhar esse Fluminense jogar. Repertório tático, intensidade, bons jogadores e um treinador muito especial. Hoje Diniz ganhou o seu primeiro troféu como técnico, mas não é de hoje que ele constrói boas equipes.

Desde a sua passagem pelo Audax-SP Fernando Diniz tem trazido bons debates ao futebol brasileiro. Ex-jogador, formado em psicologia e com uma grande coletânea de táticas e formas de jogar. No entanto, algumas derrotas e a perda do Brasileiro de 2020 com o São Paulo, fez com que esse debate fosse sempre acompanhado de interrogações: Diniz será capaz de vencer campeonatos? O Dinizismo é eficiente? O título de hoje, ainda que seja um estadual, tirou um grande peso de suas costas, as desnecessárias interrogações se acabaram e agora podemos nos encantar com o Fluminense.

Diniz levanta troféu da Taça Guanabara com Nino, Felipe Melo e Matheus FerrazFoto: Mailson Santana / Fluminense FC

E como o Fluminense encanta. Os moleques de Xerém como Alexsander, Martinelli e o grande volante André encontram liberdade para jogar futebol e desfilam toques refinados. Os experientes Fábio, Ganso, Keno e agora o craque Marcelo sustentam um esquema de jogo intenso, de toques rápidos, mas extremamente tático e inteligente, além de apoiarem os jovens.

Marcelo, a maior contratação do Fluminense para a temporada, comemora seu primeiro gol no seu retorno ao Flu
Foto: Alexandre Brum

No ataque uma dupla que combina e se entende no olhar. Arias é, juntamente com André, o motor da equipe, muita velocidade pelas beiradas e uma excelente movimentação no ataque. Movimentação essa que abre espaço para Germán Cano receber passes e finalizar com poucos toques. Cano é o centroavante mais raiz do futebol brasileiro, lembra os bons camisas 9 da década de 90. Não dá muitos toques na bola, mas dá aulas de posicionamento e finalização, não importa se é com o pé direito, pé esquerdo ou cabeça, Cano marca e faz o L.

Cano comemora após gol na final do carioca contra o Flamengo
Foto: Maílson Santana

O mais fantástico ao se analisar o bom time do Fluminense é perceber o quanto há de Diniz nessa equipe. Com muitos méritos ele formou essa equipe: recuperou o antes encostado e questionado Ganso, lançou vários moleques e criou um modelo de jogo muito legal de assistir.

O título de hoje traz uma nova interrogação para a carreira do técnico tricolor: Quando o veremos na seleção brasileira? O Fluminense encanta, porque Diniz encanta.

Diniz comemora vitória do Fluminense sobre o Flamengo
Foto: André Durão